Plinio Corrêa de Oliveira

 

Comentando...
 
Ainda o divórcio

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 23 de outubro de 1938, N. 319

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Há um jornal em São Paulo que é dos melhores que a nossa imprensa possui, pela retidão de suas atitudes, pela coerência de seus pontos de vista, pela independência, e por outros predicados. Entretanto, este jornal tem um correspondente no Rio, que, em suas informações, costuma apresentar e defender doutrinas condenáveis, como a do divórcio a vínculo.

Assim é que, referindo-se no caso que ocorreu na Capital Federal, em que mais de 400 contratos civis do matrimônio estarão provavelmente nulos, por defeito de habilitação, o sobredito correspondente aproveitou o ensejo para manifestar, mais uma vez, sua opinião favorável ao divórcio.

É bastante simplista a mentalidade dos que defendem esta medida. Consiste em aplicar ao homem, e a sociedade humana, portanto ao que é vivo, um processo de raciocínio que só convém ao que é mecânico, ao que é inerte. Por exemplo, quando nós verificamos que um parafuso não se ajusta bem a uma porca, nós o desparafusamos e vamos experimentando, sucessivamente, outros parafusos, até que encontremos o que se adapte bem.

Da mesma forma raciocinam os divorcistas, em relação a homens e mulheres. Quando um homem não se ajusta bem a sua mulher, deve separar-se dela e fazer novas experiências até encontrar a que lhe é conveniente. Só que nesse caso, o resultado é muito diferente do que acontece com parafusos e porcas. O que parece ser uma solução, é na verdade a criação de uma infinidade de novos problemas. Basta que se diga que, nos países que adaptam o divórcio, as estatísticas demonstram um abaixamento notável do nível da moralidade.

Isto, porém, a mentalidade divorcista não pode compreender, porque é a mentalidade de homens que gastaram o que havia neles de mais delicado, de mais refinado, de mais humano por conseguinte. Perderam o sentido das coisas qualitativas; por isso, só conseguem compreender a sociedade como algo de especial e quantitativo, um grande mecanismo sem alma...


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