Plinio Corrêa de Oliveira
Comentando...
Legionário, 2 de outubro de 1938, N. 316, pag. 2 |
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Qual todos os dias a imprensa divulga a fuga de menores da casa dos pais. Na psicopatologia infantil, este fato é estudado com interesse, pois é um dos primeiros índices de perversão. Agora vemos que, do Colégio Militar do Rio, desaparecem três alunos; acrescenta a informação que se suspeita que esta fuga foi motivada pela influência de livros e filmes de aventuras. Todas as autoridades têm uma grande responsabilidade sobre a espécie de diversões que se ministram às crianças. Se, infelizmente, o comercialismo mais sórdido procura fazer lucro da perversão de menores, cabe aos poderes competentes o dever de coibir estes abusos. Sabemos que há, por ali, uma certa mentalidade que faz a apologia do garoto, isto é, do moleque, da criança abrutalhada, sem delicadeza e sem inocência, que poderia e, mesmo, deveria ler e assistir as piores coisas, as cenas mais escabrosas. Isto é muito próprio de um século que, embora se diga o século da criança, não passa do século do moleque, mesmo porque é um século amolecado. Entretanto, o moleque é a contrafação da criança; não é a criança original, natural, é a sua falsificação. É um monstrengo, enfim. Mas isto agrada a uma certa mentalidade moderna, que perdeu o sentido das coisas normais. É necessário reagir contra ela: pela Polícia! |