Plinio Corrêa de Oliveira

Legionário, 10 de julho de 1938, N. 304, pag. 2

Voltam a observar-se nas ruas de São Paulo inscrições de caráter revolucionário e extremista. Desde o centro da cidade até os bairros mais afastados podem se ver paredes rabiscadas a carvão ou a piche com frases de caráter comunista, atacando o governo e as autoridades. Esse, um fato que queremos constatar.

Ao lado dele, há outros, entre os quais está a divulgação de boletins subscritos pelo “Bureau Político do Partido Comunista do Brasil - Secção da Internacional Comunista”, com sede no Rio de Janeiro. Declarando-se “bem informado”, o Partido Comunista anuncia estar para breve a deflagração no Brasil de um movimento provocador organizado por duas forças internacionais em íntima colaboração: “Gestapo”, polícia secreta nazista e o Partido Trotskista, que obedece ordens do líder soviético Trotsky, que se acha em luta com Stalin e faz o jogo das potências totalitárias. A execução do movimento, que seria entregue a elementos da Ação Integralista, consistiria na divulgação de boletins de ataque ao governo, material elaborado por aquelas organizações, mas distribuído com a assinatura do Partido Comunista e culminaria em assassinatos de pessoas altamente colocadas, incêndios e atentados, fatos estes que seriam atribuídos também ao Partido Comunista, porque integralistas e trotskistas mancomunados uns com os outros, deixariam nos locais vestígios que levariam a polícia a tirar tal conclusão.

Como consequência deste movimento provocador desencadear-se-ia, no país uma violenta reação, no meio da qual, acrescenta o boletim, a Ação Integralista tomará o poder com o apoio dos Estados totalitários. O Partido Comunista pede então manhosamente anistia para os presos anti-fascistas e dá o seu apoio ao sr. Getúlio Vargas, atacando o general Góes Monteiro, a quem considera “chefe dos mazorqueiros”.

Dando a conhecer o boletim falacioso que vem subscrito pelo partido Comunista e que foi certamente recebido por muitos, pois está sendo enviado pelo Correio, queremos chamar a atenção das autoridades de Ordem Política e Social para essa propaganda extremista. Há bastante habilidade da parte dos chefes comunistas, que manobram os elementos de que dispõe e que particularmente visam lançar o terror para conseguir os seus fins. Parece-nos que a Polícia deve imediatamente tomar as medidas necessárias para deter os extremistas em liberdade e aplicar-lhes o castigo que merecem, acabando-se de vez com a propaganda terrorista dos “vermelhos”.