Plinio Corrêa de Oliveira
Comentando...
Legionário, 12 de junho de 1938, N. 300, pag. 2 |
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Notícias de Itapetininga, em nosso Estado, informam-nos sobre a Páscoa dos militares da guarnição local, realizada no dia 15 de Maio último. O fato, já de si mesmo auspicioso, aumenta de importância quando se sabe que aquela comunhão pascal foi promovida por uma Congregação Mariana Militar, e contou com o decidido apoio do Comandante do corpo aquartelado na cidade. Acontecimentos como este, são um penhor de melhores dias para o nosso país. Como se sabe, grande é a influência das classes armadas, muito especialmente do Exército, na vida brasileira; esta influência chegou, mesmo, por vezes, a marcar decisivamente a nossa história. Passando por alto sobre o Império, que Caxias encheu com o tropel de suas marchas, vemos a República, precedida da Questão Militar, proclamada por um Marechal. Outro Marechal sucede e, contra ele, levanta-se um Almirante, Custódlo de Mello. Mais tarde, um General disputa a cadeira presidencial a um tribuno, e o vence. Ainda mais tarde, surge tremenda discussão sobre a autenticidade de uma carta, em que o então Presidente teria injuriado ao Exército. Vem 1930; e de então para cá é patente a preponderância militar nos rumos da política. Além disso, num país em que as vantagens do Estado quase só atingem o litoral, ao passo que as populações do interior vegetam ignoradas, é o Exército, depois das Missões, a única instituição que vai levar aos nossos caboclos, e até aos nossos indígenas, um pouco de civilização. É, pois, muito alto o papel educativo do Exército em nossa terra. É necessário, portanto, que ele esteja moralmente muito bem aparelhado, para que, ao levar aos sertões a sua ação civilizadora, não aconteça levar também os gérmens da corrupção moderna. Por todas estas razões, torna-se flagrante a importância de uma Ação Católica nas classes armadas. As Congregações Marianas já estão abrindo o caminho... |