Plinio Corrêa de Oliveira
Comentando...
Legionário, 29 de maio de 1938, N. 298, pag. 2 |
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De uns tempos a essa parte, cada vez mais se faz sentir a influência do Serviço Militar na economia interna das Congregações. Essa influência é nada mais nada menos que deletéria, pois os Tiros de Guerra [serviço militar durante um ano, n.d.c.] fazem verdadeiras “razzies” [devastações] pelos noviciados. Os sodalícios marianos recrutam os seus novos elementos entre rapazes de dezesseis a dezoito anos; os Tiros recrutam os seus alunos pelas mesmas classes. Acontece que, nem bem ingressam em um noviciado qualquer, esses rapazes logo vêm a matricular-se em algum Tiro. Aí ficam durante um ano, quase completamente impossibilitados de assistir Missa aos Domingos e de frequentar os atos da Congregação, em companhia de outros rapazes imorais e corrompidos, e isso numa das idades mais perigosas da vida. Resultado: vai por água abaixo não só o esforço das Congregações, mas - e o que ainda é pior - a obra educacional das famílias e muito especialmente o fruto dos cuidados maternos. Que fazer então? Aconselhar esses rapazes a furtarem-se à obrigatoriedade do Serviço Militar? Nunca! Já ordenara São Pedro em sua primeira epístola: “Sede, pois, submissos a toda instituição humana, por amor de Deus”. Deve-se, então, deixar, que se gaste em um ano todo esse acervo de virtudes cristãs laboriosamente cultivado no recesso dos lares, e que deve naturalmente expandir-se numa Congregação? Também não, não e não! Resta, portanto, uma única solução: Tiro de Guerra das Congregações Marianas, onde os jovens possam satisfazer a lei civil e a lei de Deus. É esta, hoje, a grande tarefa dos responsáveis pela mocidade católica de São Paulo. |