Plinio Corrêa de Oliveira

 

Comentando...

Protestantismo e imperialismo

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 29 de maio de 1938, N. 298, pag. 2

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Há algum tempo, ao comentar o acordo Ítalo-Britânico, em que Mussolini abriu as portas da Abissínia à propaganda anglicana, tivemos ensejo de assinalar a habilidade política da Inglaterra, que costuma ocultar os seus canhões sob a capa inocente do interesse religioso.

Mas é preciso que não sejamos ingênuos. O anglicanismo não é uma religião no sentido puro do termo. Em si mesmo, religião quer dizer “ligação do homem — qualquer homem — a Deus”. Ora, o anglicanismo é a ligação do inglês (não de qualquer homem) a Deus, através de Sua Majestade. O mesmo se diga, mutatis mutandis, do luteranismo e dos outros muitos “ismos”, que não subordinam o nacional ao religioso, mas fazem da Religião um instrumento da Nação, e por aí, do Estado.

Estas considerações ocorreram-nos quando soubemos que no “templo” em que uma das inumeráveis seitas em que se fragmenta a heresia protestante, realizam-se conferências públicas contra dogmas católicos e, o que é mais audacioso, semelhantes blasfêmias são irradiadas para a via pública por meio de um alto-falante.

Ora, neste momento em que, em tão boa hora, o Governo da República [do Brasil] regulamentou a atividade política dos estrangeiros, não seria o caso de se procurar saber o que há no fundo da atividade destas seitas?


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