Plinio Corrêa de Oliveira

Legionário, 15 de maio de 1938, N. 296, pag. 2

As múltiplas seitas em que se dividem os protestantes vivem por aí a pregar, a fazer “crentes”, a laçar alguns incautos. Qual será, entretanto, a situação dos países onde nasceu o erro da Reforma? Eles se voltam para a verdadeira Religião, para o catolicismo, reconhecendo que erraram. Os teimosos do protestantismo observam o fato, mas não querem concluir logicamente e usando os mesmos sofismas dos protestantes de cá, dizem que os católicos “fazem política”!...

Transcrevemos a seguir o que declarou o pastor suíço E. Meyer, ao jornal protestante uruguaio “La Idea”, que publicou uma entrevista sua, no número de 8 de Abril deste ano. Veja-se como está definhado o protestantismo na pátria de Calvino e admire-se o vigor da Igreja católica, na confissão de um pastor protestante:

“... Há uns 8 cantões católicos, declarou o pastor E. Meyer, isto é, onde os católicos são a maioria. Nos outros a maioria é francamente protestante, menos em alguns casos que é mista. (sic!)

“— O catolicismo onde é maioria, é igual e onde é minoria?

“— Não! Nos cantões onde são minoria são mais hábeis etc., embora em geral vivamos em harmonia, pois os “líderes” católicos aqui não são fanáticos...

“— Que mais pode nos informar senhor Meyer, sobre o Catolicismo daqui?

“— O Catolicismo é muito ativo na Suíça e temo pelo futuro. Estão enchendo o país de instituições de toda a espécie. O plano está muito bem organizado e se os protestantes não prestam atenção, a situação dentro de 30 a 100 anos vai ser muito diversa. A Ação Católica é muito ativa aqui.

“— Fazem política?

“— Sim! Aqui e em todas as partes o Catolicismo faz política! E consegue colocar professores católicos nas escolas etc. E muitos protestantes estão cegos sobre a situação atual. Entretanto, não devemos ser pessimistas. Não creio que o protestantismo ceda facilmente terreno ao Catolicismo. Não devemos esquecer a obra que fizeram os grandes Reformadores...” etc.

O pastor suíço procurou uma explicação para o progresso do Catolicismo e só a achou na “política que os católicos fazem”. Esse sofisma é velhíssimo e não engana a mais ninguém. O que devemos anotar para mostrar aos nossos protestantes é a pujança do Catolicismo, é a força da Verdade arrastando as almas. E contra ela não há que batalhar; o melhor que os colegas do pastor Meyer têm a fazer, é rever as suas crenças e procurar sincera e lealmente a verdadeira Fé. Com essa sinceridade e lealdade eles a encontrarão.