Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

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Agentes comunistas

 

 

 

 

 

Legionário, 3 de abril de 1938, N. 290, pag. 2

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Recebemos uma carta, subscrita por um operário, que vem confirmar o que várias vezes já temos dito sobre os colaboradores inconscientes (ou semi-inconscientes) do comunismo. Entre estes, apontamos os maus católicos, que não sabem ou não querem cumprir o seu dever social de caridade cristã, e aqueles governos que deixavam ao abandono as classes menos favorecidas.

Pois a missiva que recebemos é um apelo veemente, vindo das profundezas obscuras e humildes dos alicerces da sociedade, um apelo que é o apelo de toda uma classe que não quer ficar comunista, mas que se sente minada pelo escândalo dos que deviam ser o seu exemplo e a sua proteção.

Pensávamos, porém, que aqui no Brasil, após a promulgação das leis sociais, fosse já de algum desapego a situação dos operários, máxime a dos operários do Estado. Entretanto, a ser verdade as graves acusações de que tivemos conhecimento, em importante departamento da administração pública são desconhecidos os mais comezinhos direitos dos trabalhadores, tais sejam a lei de oito horas, o descanso dominical, etc, etc.

O pior, entretanto, é que os responsáveis por esse estado de coisas se dizem católicos, e como tais são reputados pelas suas vítimas. Sim, realmente, para efeitos políticos todo o mundo é católico nesta terra. Mas lembrem-se estes politiqueiros sem entranhas de que são responsáveis, perante Deus, pelo mínimo dano causado à salvação dos pequenos e humildes, que lhes são confiados. Se querem chamar-se católicos, chamem-se, mas procedam como católicos, senão pelo cuidado da própria felicidade eterna, ao menos para não prejudicar aqueles pelos quais lhes é possível ocupar cargos e posições.

Apenas uma pequena delicadeza de consciência...

Aliás, neste ponto, é fácil proceder como católico. A doutrina da Igreja é clara: “O operário é digno de sua paga” (Lc, XX, 7). “Digno é o operário de seu alimento” (Mt, X, 10). Além disso, a Encíclica Rerum Novarum: “Quanto aos ricos e aos patrões, não devem tratar o operário como escravo, mas respeitar nele a dignidade do homem realçada ainda pela do cristão .... Entre os deveres principais do patrão, é necessário colocar em primeiro lugar o de dar a cada um o salário que convém”. E poderíamos prosseguir nessas citações, mas seria preciso um livro inteiro para contê-las todas.

Enfim, o LEGIONÁRIO levanta o seu ardoroso protesto contra quaisquer violações a direitos líquidos e incontestáveis do homem que vive do seu trabalho.


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