Plinio Corrêa de Oliveira
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Legionário, 27 de março de 1938, N. 289, pag. 2 |
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No dia 13 de Maio próximo, dia da Abolição, comemorar-se-á o cinquentenário da libertação da raça negra no Brasil. Para tão grata efeméride planejam-se grandes festejos a serem promovidos pelo Departamento de Cultura da Municipalidade de São Paulo. Assim é que durante o mês die abril realizar-se-ão conferências promovidas por vultos destacados de nossos meios intelectuais. A ideia, não se pode negar, é ótima e merece os nossos aplausos. O mesmo, infelizmente, não podemos dizer de uma outra ordem de festejos, que o referido Departamento também quer levar a efeito. Trata-se, agora não mais de manifestações culturais, mas da reconstituição de cenas próprias aos povos que estão mergulhados na barbárie e no fetichismo. Ora, a raça negra é tão capaz de civilização como as demais raças. Não há nenhuma inferioridade racial. Portanto não é justo querer fixá-la em um estado de atraso, que, aliás, já pertence ao passado, e muito menos expô-la ao público como objeto de curiosidade. Além disso, a raça negra também se destina à salvação e às luzes do Evangelho de Cristo. Constitui, pois, péssimo amor à tradição essa revivescência de práticas pagãs. É ainda muito de se notar a facilidade com que hoje se utilizam as escadarias da Catedral, onde devem realizar-se parte dos sobreditos festejos. Basta que se diga que até um comércio comunista já ali teve efeito. |