Plinio Corrêa de Oliveira

Legionário, 20 de março de 1938, N. 288, pag. 2

Mais uma vez, chamamos a atenção dos nossos leitores, para os desfiles atléticos femininos, inteiramente condenáveis sob o ponto de vista da moral, e que, infelizmente, vão se multiplicado entre nós.

Há poucos dias, foi aprovado pelo Sr. Secretário da Educação e Saúde Pública, o plano de educação física em nossas escolas.

Elaborado pela Diretoria do Ensino, de acordo com as resoluções da última reunião pedagógica de inspetores e diretores dos Grupos Escolares do Estado, tal plano deverá ser executado em Setembro próximo, por ocasião das festas cívicas nacionais. [...]

Esse desfile atlético deverá realizar-se não só na Capital, como em todos os municípios do Estado, sendo, assim, a maior exibição física já planejada entre nós.

A Santa Sé, entretanto, já declarou inadmissíveis as exibições femininas de caráter atlético, feitas nas ruas e praças públicas, bem como nos “stadiuns” onde haja espectadores e curiosos.

No ano passado, quando se projetava em Roma a realização do “Primeiro Concurso Cênico Atlético das Jovens Italianas”, Pio XI escreveu sobre o assunto uma carta ao Cardeal Vigário de Roma, condenando as demonstrações públicas femininas dessa natureza.

Esclarecia, ainda, o Santo Padre, que a Igreja não proibia os exercícios físicos feitos com toda a discrição, em lugares apropriados e sem espectadores.

Assim, a se realizar essa parada esportiva em nosso Estado, será ela recebida com inteiro desagrado nos meios católicos, que deploram, desde já, ter prevalecido numa reunião de inspetores e diretores dos Grupos Escolares de São Paulo, princípios estranhos à sã pedagogia e ao espírito cristão.