Plinio Corrêa de Oliveira

 

Comentando...

Contra o jogo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 6 de março de 1938, N. 286, pag. 2

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O Ministro da Viação determinou ao Departamento dos Correios e Telégrafos que tomasse as providências necessárias para impedir que as estações de rádio difundam os resultados de extrações de loteria, jogos de vísporas e congêneres. A um jornal, o titular daquela pasta declarou que “a medida, além de moralizadora, deve contentar o público radiouvinte, pois as irradiações ora proibidas só interessavam aos jogadores”.

É realmente oportuna a medida do sr. ministro da Viação, embora S. Excia. apenas possa interferir em um dos pontos secundários da intrincadíssima questão do jogo no Brasil. Dado o número imenso de pessoas que só vivem do jogo e para o jogo e considerando o mal que vem desse vício, as autoridades policiais deveriam tomar medidas realmente eficientes contra ele. Todos os que vivem do jogo são verdadeiros parasitas da nação, todos os que vivem para ele, dissipando as fortunas próprias e muitas vezes as alheias, são elementos inúteis e perigosos. Por que então tolerar a proliferação das casas de jogo?

O sr. ministro da Viação coibindo a propaganda radiofônica do jogo mostra compreender o mal que ele causa. Infelizmente, entre nós, o que um membro do governo faz de bom nem sempre é acompanhado pelos seus colegas. Falta de coerência ou falta de um plano unificador é certamente o que isto significa. Ao sr. ministro da Justiça cabe certamente, com a autoridade que possui no Estado Novo, erradicar do Brasil a jogatina desenfreada que por aí existe. Não quererá S. Excia. fazê-lo, para o bem da Pátria?


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