Plinio Corrêa de Oliveira
Comentando...
Legionário, 20 de fevereiro de 1938, N. 284, pag. 2 |
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As obras da caridade espiritual e as da caridade corporal, a esmola levada ao “cortiço”, a hospitalização dos enfermos, o recolhimento dos velhos, a santificação das almas, a formação das consciências pelo ensino do catecismo, é tudo o que há de mais essencialmente católico. Trabalhar pela santificação própria e pela do próximo, propagar o reinado de Jesus Cristo é bem o ideal por excelência do católico. A ele, há almas que têm a felicidade de se poderem entregar inteiramente, dando-lhe todos os seus labores, sacrificando-lhe todos os seus momentos. São as que mereceram a graça da vocação religiosa. Mas há também almas que ao lado de muitas preocupações de ordem temporal, de muitos trabalhos requeridos pelo próprio estado, ainda encontram tempo para, além das obras comuns de piedade e de caridade, darem-se a uma obra especial de apostolado. Tal é o caso da Associação das Servas de Jesus Crucificado. Estabelecida em 1926, sob a direção do Padre Domingos Giovannini, Salesiano, a Associação vem realizando desde então um trabalho magnífico, desconhecido certamente do grande público, mas não ignorado dos pobres sofredores, dos enfermos, dos velhos, dos ignorantes, de todos os que receberam das mãos das Servas a esmola material que os veio remediar em sua pobreza ou em sua doença, e a esmola espiritual da doutrina que lhes veio trazer, talvez, a salvação eterna. Em 1937 as despesas das Servas de Jesus Crucificado ultrapassaram a importância de 200 contos de réis, distribuídos em esmolas avulsas e auxílios de toda a espécie, em gastos com aulas noturnas para operários, com ensino do catecismo, com o preparo de primeiras Comunhões, de casamentos, de batizados etc. É a verdadeira Caridade, a que só se encontra na Igreja Católica, expandindo-se e multiplicando-se para poder atender a todos, para que ninguém fique ao desamparo, para que todos vivam humana e santamente. Dessa maneira a Associação das Servas de Jesus Crucificado realizou os desejos expressos por S. Excia. Revma. o sr. Arcebispo Metropolitano de São Paulo que, em 1929, ao aprovar-lhe os estatutos, declarou ter certeza de que “trabalhando pela santificação da família e expansão do reinado de Jesus Cristo, encontrarão as nossas caríssimas filhas recursos abundantes e eficazes para a sua própria santificação. Sejam elas lâmpadas ardentes a se consumirem aos pés de Jesus, a fim de iluminarem por seu apostolado tantas e tantas almas que jazem nas trevas do erro e do pecado. Seja o lema das piedosas Servas: humildade, obediência, espírito de sacrifício e vida interior”. |