Plinio Corrêa de Oliveira

 

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Diminuindo os males do carnaval

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 6 de fevereiro de 1938, N. 282, pag. 2

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A notícia de que a Censura Teatral proibiu a edição de diversas canções carnavalescas, por considerá-las inconvenientes e imorais, é mais um argumento em favor do trabalho que se deve desenvolver pela extinção dessa suposta festa nacional. O carnaval é, em si mesmo, uma festa imoral e as canções apenas retratam a origem que tem. Qualquer uma delas, por mais inocente que pareça, representa sempre um perigo para a formação moral da juventude que, muitas vezes inconscientemente, se deixa arrastar por sua letra e por sua música.

Ao lado dessa proibição da Censura Teatral, queremos colocar a portaria do Juízo Privativo de Menores, regulando a entrada de menores em bailes públicos. É outra medida merecedora de elogios, com a qual o dr. Eduardo de Oliveira Cruz visa a proteção eficiente da vida moral das novas gerações.

Se o Carnaval é um mal cuja extinção é desejada por todos os que têm sentimentos de honra e de nobreza, mas se ainda não é possível chegar a esse ideal, devemos nos alegrar, entretanto, com o que se faz para reduzir-lhe os males. E entre este trabalho queremos destacar agora, as medidas acima.

A palavra dos dominicanos espanhóis

Tem-se repetido frequentes vezes entre nós que há, a propósito da guerra civil espanhola, uma divergência profunda entre Dominicanos e Jesuítas. Os primeiros seriam contrários, ao movimento do general Franco, os segundos lhe seriam inteiramente favoráveis. Afirma-se então, repetindo, aliás, opiniões vindas da Europa, que há uma luta entre a Companhia e a Ordem Dominicana e que portanto os católicos estão profundamente divididos.

Afirmar a existência dessa luta é um absurdo, é não conhecer a vida hierárquica e a disciplina existente na Igreja. Em muitas ocasiões houve divergências entre Ordens Religiosas, a propósito de questões teológicas em aberto. Não significava isso, porém, a existência de uma luta, de uma cisão grave na Igreja, levando a um cisma. E não seria agora, por causa da guerra da Espanha, que as coisas chegariam a esse ponto.

É oportuno portanto tornar conhecida a publicação “La verdad sobre la guerra española” feita por dois dominicanos bascos, os Padres D. V. Carro, Professor de Teologia em Roma e V. Beltram de Heredia. Neste opúsculo os autores esclarecem a situação, mostrando que não há divergência alguma entre Jesuítas e Dominicanos, em relação à guerra civil espanhola. Entre outras coisas, os autores mencionaram os nomes de ilustres Dominicanos assassinados pelos comunistas espanhóis. Mais uma vez, portanto, caem por terra as intrigas feitas em torno da situação dos católicos espanhóis em presença da atual luta. E, particularmente, a palavra de Dominicanos espanhóis vem esclarecer uma das maiores confusões...


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