Plinio Corrêa de Oliveira
Comentando...
Legionário, 26 de dezembro de 1937, N. 276, pag. 2 |
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Por não ter o menor valor científico, merece apenas um ligeiro comentário um artigo que, a respeito de uma tese intitulada “Devemos e Podemos Guardar a Castidade antes do Matrimônio”, lançou um cidadão oculto no anonimato, em “A Gazeta”. Basta-nos esclarecer os leitores sobre dois pontos tratados pelo referido anônimo: em primeiro lugar o autor é tendencioso porque deixou de dizer que o aludido trabalho é uma tese de doutoramento na Faculdade de Medicina da Universidade de Porto Alegre, aprovada com distinção; em segundo lugar demonstra irresponsabilidade e má fé, porque em assunto extremamente delicado e de tamanhas consequências sociais e morais, não é com meia dúzia de palavras ocas, que se define uma atitude ou se traça uma diretriz. Notamos também a suma ignorância do articulista sobre o assunto e sua displicência em tratá-lo, quando diz: “A questão admite as hipóteses mais contraditórias, pois sem nos referirmos à opinião corrente do povo que não concebe geralmente a castidade pré-matrimonial para o homem, temos que levar em conta a de muitos espíritos cultos e mesmo de cientistas para os quais etc.” Por que é que s.s. não declinou o nome dos tais “espíritos cultos e mesmo cientistas”? Porque não existem. Quanto ao povo é um absurdo querer citá-lo como autoridade neste terreno onde se trata de princípios científicos da alçada médica e Moral. Além disso, seria o mesmo que dizer-se que a tuberculose deve existir sempre porque o povo não tem higiene, valendo a comparação, uma vez que a castidade é uma questão de higiene mental. Aqui ficamos, mas antes queremos afirmar com a mais absoluta convicção que o católico não tem que temer o mais leve mal, muito ao contrário, com a prática sobranceira da castidade, em qualquer ocasião ou estado. Como alguém já disse, o problema sexual já está resolvido há 6.000 anos, quando Deus nosso Criador, fonte de toda a sabedoria e ciência, deu as tábuas da Lei a Moisés. |