Plinio Corrêa de Oliveira

 

Um cruzado no século XX
Um testamento espiritual de um herói nacionalista [anticomunista espanhol]
Um exemplo edificante

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 21 de novembro de 1937, N. 271, pag. 6

 

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Em um recente número do brilhante jornal católico argentino “El Pueblo”, que temos em mãos, deparamos uma interessante notícia.

Trata-se de uma carta que um Capitão dirigida a seus filhos, momentos antes de ser passado pelas armas, quando ainda no Hospital de Baxurto (Bilbao).

Don Juan Luis Ramon — o Capitão referido — inicia a sua missiva familiar textualmente: “meus queridíssimos filhos: nestes instantes, que são os mais transcendentes da minha vida, escrevo-lhes para dar os conselhos de um pai ao morrer; porisso os acatem ao pé da letra e se sirvam deles como norma em sua vida!

Refere-se em seguida aos três grandes amores que possui: Deus, Espanha e a Esposa. Aponta esta como modelo, exemplo constante de amor carinho e sacrifício de abnegação perene. Quanto à Pátria, diz que a amou ao ponto de entregar sua própria vida, seu próprio sangue. Pede que não olvidem nunca, como objeto primordial, a Fé em Deus, salvador das almas, fim para o que viemos à terra! Para a perseverança nessa Fé é necessário despir-se de todo e qualquer respeito humano no que disser respeito a Deus.

O virtuoso Capitão continua tecendo um hino de apologia à mãe de seus filhinhos, conclamando-os a nunca abandonar aquela com quem Deus lhe permitira formar o lar, que agora Ele mesmo “dispone que quede roto” [dispõe que fique quebrado, n.d.c.]. Pede ao mais velho - José Luis - que seja o seu substituto nos misteres do lar, que muitas vezes deverá perder em benefício dos mais pequenos, e que guiado sempre pelo conselho da progenitora, poderá estar seguro de que viverá feliz. Aos menores ordena obediência ao maior, e a todos solidariedade à mãe, “em tudo e por tudo, com razão ou sem ela, com motivo e sem fundamento, pensando sempre que a suprema razão é a da Mamá”.

Passa em seguida a advertir os seus “niños” [filhos] dos mil perigos que os aguardam na juventude. Ter sempre em mira a pureza de alma e do corpo, eis um ponto capital. “Se por desgraça e Deus não queira, caírem em pecado de impureza, procurem incontinenti o sacerdote para confessar a falta.

“Tenham por norma a honradez acrisolada, por norte o cumprimento do dever, qualquer que seja a carreira a abraçar, trabalhando sempre com afinco e com os olhos postos no alto, que Deus retribui cem por um!” Implora-lhes que sejam como um só homem ao acudir à mãe: “o maior orgulho de um filho é poder ressarcir à sua mãe de todos os sacrifícios que fez por nós”!

Continua nesse tom o sublime testamento do abnegado herói das forças recristianizadoras da Espanha, hoje campo de desenfreados ódios e apetites dos mazorqueiros, a soldo dos famigerados pseudo-libertadores dos operários e desprotegidos, que dominam neste momento infausto da humanidade, a imensa Rússia!

Por fim, revela o valoroso Capitão o seu desassombro: “fui condenado pela afirmação da Fé Católica e pelo engrandecimento da Espanha, por cuja causa agora entreguei minha vida apesar da loucura com que adoro os meus filhinhos; não titubiei um só instante, a Espanha querida o necessitava; morro mártir dos deveres, e proclamo minha maior glória o haver sido católico, apostólico, romano até o último minuto da minha existência, e se Deus for servido, serão minhas estas últimas palavras: Viva Cristo Rei! Viva a Espanha católica”!


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