Plinio Corrêa de Oliveira

 

Comentando...

Marcha a ré na educação feminina

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 24 de outubro de 1937, N. 267, pag. 4

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Há alguns meses demos notícia aos nossos leitores dos resultados do inquérito promovido na França pela Academia de Medicina, a propósito da natalidade. Via-se por eles que as famílias mais numerosas da França se encontravam nos Departamentos onde o espírito religioso se mantinha forte, orientando e dirigindo a formação das famílias.

De posse desses resultados, a Academia consagrou uma de suas últimas reuniões exclusivamente ao problema do desenvolvimento da França. Estudou então as providências já tomadas pelos governos para proteger as famílias numerosas, providências essas consistentes em quatro leis, que permitem às famílias receberem os “auxílios familiares”. São a lei de assistência às famílias numerosas, a de encorajamento às famílias numerosas, a que dá auxílios aos Departamentos e às comunas para criarem prêmios à natalidade e a lei dando indenizações aos funcionários chefes de famílias numerosas. Nota-se que com tais auxílios oficiais e com outros particulares, a natalidade nas regiões da França já por eles atingidos é de 22% superior à média geral.

Apesar de tudo, porém, e a conclusão é do Prof. Couvelaire, “as medidas de assistência material, embora necessárias, serão insuficientes, enquanto não se tiver realizado um clima social e moral favorável à vida familiar; em particular, o problema da natalidade se liga ao da educação das jovens.”

O ponto a que se refere o Prof. Couvelaire, no que diz respeito à França, não é, porém, limitado a um só país, mas a todo o mundo.

A educação da juventude feminina tem sido desviada cada vez mais, por influência de elementos que é inútil apontar, do seu cunho familiar para um outro exclusivamente mundano e exibicionista. Em vez de se preparar a mulher para ser mãe, ou - se a isto a chama a sua vocação - para dedicar-se ao bem da humanidade nos claustros ou nos hospitais, ela é preparada agora para os concursos de beleza física ou para os recordes esportivos. E, ao mesmo tempo, nesse declive escorregadio para o materialismo, vão se apontando as dificuldades da maternidade, sua pretensa incompatibilidade com as qualidades físicas. E vai-se assim o amor aos filhos, vendido pelo prato de lentilhas de um concurso jornalístico ou de um recorde aquático!...

Felizmente, há quem exija a marcha a ré nessa educação. E não é um padre casmurro quem a pede. É a Academia de Medicina de um dos maiores e mais gloriosos países do mundo!


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