Plinio Corrêa de Oliveira
Comentando...
Legionário, 17 de outubro de 1937, N. 266, pag. 4 |
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O LEGIONÁRIO já teve ocasião de se referir às polêmicas suscitadas por certas opiniões e atitudes do grande filósofo católico Jacques Maritain. Mostramos mesmo, através de um artigo escrito por um dos nossos redatores, como o Revmo. Padre Antonio Fernandes veio fazer certos reparos à obra de Maritain em sua interessante conferência intitulada “J. Maritain - as sombras de sua obra”, publicada em “Fronteiras”. Dessas e outras críticas, procurou o filósofo de “Theonas” defender-se como pôde, em carta dirigida a um seu amigo do Rio de Janeiro e divulgada pela imprensa. A tréplica do Revmo. Padre Fernandes, pelo que lhe dizia respeito, já se fez sentir, com vantagem, pelo “Diário de Pernambuco”. Realmente, a crítica do ilustre sacerdote do Colégio Nóbrega de Recife foi a mais desinteressada possível, sem intuito de desfazer o grande valor que em seu conjunto apresenta a obra de Maritain. No entanto, houve quem não tivesse sabido agir da mesma forma, e se aproveitasse das acusações feitas a Maritain, para lhe imputar uma conivência culposa com os comunistas. Chegaram alguns a dizer que o filósofo francês interviera em favor de Luiz Carlos Prestes, preso em virtude da bernarda comunista de Novembro de 1935. Em sua carta, opõe Maritain formal desmentido a essa acusação, que, aliás, não é proveniente de meios católicos. O seu suposto interesse por Prestes não passa de um “romance cômico”, assevera o mestre do Instituto Católico de Paris. O LEGIONÁRIO timbra em dar estes esclarecimentos para desfazer afirmações gratuitas veiculadas a propósito do ilustre filósofo católico. |