Plinio Corrêa de Oliveira
Comentando...
Legionário, 5 de setembro de 1937, N. 260, pag. 2 |
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No Congresso dos alemães residentes no estrangeiro, que se está realizando em Stuttgart, o sr. Bohele, chefe nacional-socialista dos alemães no estrangeiro, afirmou que “o governo do Reich tem o direito de pedir aos alemães no estrangeiro que organizem a sua vida de acordo com os princípios em vigor no seu próprio país”. É a tendência dos estatismos da atualidade de exigirem dos súditos das nações em que imperam, uma subserviência que se estende além das fronteiras e também aos descendentes dos elementos emigrados. É o que o mesmo sr. Bohele afirmou no referido discurso ao dizer que como “alemães residentes no exterior eram compreendidos apenas os nacionais-socialistas, não só membros do partido, como todos os que permanecerem fiéis ao “Reich” pois os que não querem ser nacionais-socialistas e continuam a erradamente a se dizerem alemães, devem ser designados pela expressão “traidores da pátria”. Está claro que essa intromissão exigente de governos estrangeiros entre os seus súditos residentes entre nós não nos convém. Os elementos de fora que aqui vêm nos dar sua colaboração são sempre recebidos de braços abertos com a tradicional hospitalidade do povo brasileiro. Procedendo bem, eles são integrados rapidamente na sociedade brasileira que não tem preconceitos de raça. É necessário, porém, que seus descendentes não pretendam continuar arraigados à Pátria de seus pais. Eles têm a obrigação de integrar-se inteiramente em nossa Pátria, como brasileiros que são. Há direitos para cada nação e evidentemente o Brasil tem os seus relativamente aos estrangeiros que nos procuram. A tese do sr. Bohele é, portanto, inaceitável por nós. E temos certeza de que também o é para os bons e leais alemães, amigos do Brasil, que compreenderão certamente que estas considerações não se dirigem contra sua gloriosa Pátria, mas contra um exagero de patriotismo que eles serão os primeiros a censurar. |