Plinio Corrêa de Oliveira
Comentando...
Legionário, 15 de agosto de 1937, N. 257, pag. 2
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É deplorável a ideia de encerrar a Exposição do Cinquentenário da Imigração, com um concurso de beleza. Se há o desejo, e este é justo, de exaltar o valor da mulher estrangeira entre nós, não é certamente com um concurso de beleza que essa exaltação se fará melhor. Parte-se aí do conceito materialista da beleza, fazendo-se a sua transposição do âmbito moral para o puramente material. E neste, parece que basta recordar a decepção do Duque de Gandia, depois, São Francisco de Borja, diante do cadáver da rainha Isabel de Espanha, antes soberana pelo sangue e pelo encanto físico e depois apenas um pouco de carne em decomposição. O destino da beleza física é perecer irremediavelmente. Exalte-se a beleza moral, considerem-se as virtudes de que tantas mulheres estrangeiras deram provas entre nós, exaltem-se suas obras de benemerência e as de suas descendentes já integradas na sociedade brasileira, mas abandone-se a ideia do concurso de beleza. A época é de estimular o moral que fraqueja por toda a parte. Concessões ao materialismo já as há de sobra. O que é preciso, é atacar gradativamente estas concessões até dominá-las de todo, e não fazer novas. O concurso de beleza na Exposição do Cinquentenário é uma concessão ao espírito destruidor do século. Para o bem da sociedade é necessário que ele não se continue. |