Plinio Corrêa de Oliveira

 

Comentando...

“Casa arrombada...”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 1° de agosto de 1937, N. 255, pag. 2

 

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Em 1868 o total de nascimentos na França foi de 1.034.000. Em 1934 decrescia a 677.000 e em 1935 a 650.000, dos quais 50.000 eram filhos de estrangeiros. A população francesa que em 1868 era de 38 milhões de habitantes é agora apenas de 41 milhões, devendo-se contar neste total 3 milhões de estrangeiros. No mesmo período a população alemã subiu de 39 para 68 milhões, a japonesa de 35 para 68 milhões, a inglesa de 20 para 46 milhões, a italiana de 25 para 43 milhões. Convém notar que todos estes países tomaram parte na grande guerra, como a França, e que quase todos têm milhões de nacionais emigrados para o estrangeiro.

 

Academia Francesa de Medicina (Paris). Foto por Aih2 - Obra do próprio, CC BY-SA 3.0

Há seis anos o dr. (Armand) Siredey [1856-1940], presidente da Academia Francesa de Medicina, sugeriu que fosse feito sobre o assunto um inquérito completo, para apurar as causas desse decréscimo espantoso da natalidade, decréscimo que põe em perigo a própria existência da França. Os resultados foram publicados agora e consubstanciam as respostas de centenas de médicos de todo o país. A conclusão do relatório que vem transcrita no número de Maio da “Gazeta Clínica” desta Capital é a seguinte:

“O declínio da natalidade na França é devido ao crescente relaxamento da moral pública. Este relaxamento é devido às crises religiosas e econômicas. Nas regiões em que a fé religiosa se conservou firme, não houve declínio sensível nos nascimentos”.

Falam assim os doutores da França. O depoimento é insuspeito, pois os médicos consultados são de todas as regiões, religiosas ou não. A unanimidade, porém, é tal que a Academia Francesa de Medicina apresentou como única causa da queda da natalidade, a queda da vida religiosa. É mais uma das consequências do famoso laicismo da República Francesa!

Nós nada temos que nos admirar diante da conclusão. Os católicos conhecem as consequências da irreligião e continuamente a Igreja as afronta aos governos e aos governados. Como eles não gostam de ouvi-la, é bom talvez que outros lhes digam as verdades, aliás depois de sucedido o desastre, por imprevidência de uns e outros.


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