Plinio Corrêa de Oliveira
Comentando...
Legionário, 1° de agosto de 1937, N. 255, pag. 2
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Fundada no ano passado, existe em Londres, com um secretariado perfeitamente estabelecido, e com ramificações em diversos países da Europa, uma “Society for Intellectual Liberty”. Como diz o nome que adotou, ela se bate pela “liberdade intelectual”. Para isso se declara apolítica e internacional, mas tem na Inglaterra as melhores relações com o “Conselho Nacional pelas Liberdades Civis”, que é uma organização esquerdista. E nas reuniões organizadas pela “Society” discute-se a melhor maneira de organizar uma “Frente Popular” inglesa ou coisa semelhante. Finalmente, entre as suas atividades atuais inclui-se o auxílio ao “povo espanhol” de Valência [governo comunista, n.d.c.]... porque de Burgos não é “povo espanhol”!... Ora, esta “Society for Intellenctual Liberty” deveria estabelecer um centro em Moscou e ali desenvolver o máximo de seus esforços. Com efeito, na Rússia, pátria da liberdade intelectual, no dizer dos propagandistas do comunismo no exterior, a Academia Lenine de Ciências Agrícolas acaba de condenar os cientistas Muller e Vavilov, porque “negligenciaram o princípio marxista da unidade da teoria e da prática, deixando de considerar, em suas pesquisas sobre genética, as necessidades dos agricultores”. Como se vê, na U.R.S.S. um pesquisador não pode fazer estudos de ordem geral sem incorrer na condenação dos marxistas puros que o acusam de esquecer a prática!... Tal a “liberdade intelectual” dada aos que sonharam encontrá-la no regime comunista. Não necessita a Rússia de uma “Society”?... |