Plinio Corrêa de Oliveira

Legionário, 4 de julho de 1937, N. 251, pag. 2

No artigo do Diretor da Agência Fides, Mons. Juan Unzaiú, publicado em nosso último número, vinham referidas palavras de Mons. Salotti declarando que “enquanto um povo não der vocações eclesiásticas, nem sacerdotes, nem Bispos, não se poderá dizer que a alma daquele povo tenha sido conquistada por completo para a Igreja”.

São palavras dignas de serem meditadas por todos os que podem de qualquer maneira contribuir para as vocações sacerdotais. “Enquanto um povo não der vocações, não se poderá dizer que a alma daquele povo tenha sido conquistada por completo para a Igreja”. Se é verdade que a vocação é uma graça, não é menos verdade que ela exige, para se desenvolver, um meio familiar e social apropriado. Só por verdadeiro milagre, ela aparecerá numa família ou numa sociedade afastadas de Cristo.

Daí as responsabilidades das famílias e também das autoridades. Ambas devem cooperar na obra divina e não a perturbar. A família, além de seu fim natural, tem o fim por excelência que é o sobrenatural; o Estado, por sua vez, deve contribuir para o bem eterno de todos os seus súditos, não os prejudicando no cumprimento de seus deveres religiosos e dando-lhes para isso todas as facilidades.

O ambiente familiar de piedade e de verdadeiro Catolicismo, onde desde o chefe até os filhos todos cumpram rigorosamente os seus deveres religiosos, é um meio propício ao aparecimento e desenvolvimento das vocações religiosas. Por sua vez o ambiente escolar impregnado de Catolicismo vem completar esta obra da família e conservar para Nosso Senhor Jesus Cristo as almas que Ele escolheu.

Um exemplo basta para notar a influência do meio escolar: na França desde a lei que proibiu o ensino religioso nas escolas públicas, decresceram as vocações religiosas; o fruto está na situação em que a pátria de Santa Joanna D'Arc, se encontra hoje.

Há, pois, um dever a cumprir por todos os que têm responsabilidades em nossa Pátria. Ela só será grande no dia em que der numerosas vocações, porque nesse dia a alma de nossa gente pertencerá toda à Igreja. E quando será isto realizado?