Plinio Corrêa de Oliveira

 

Comentando...

José de Anchieta

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 6 de junho de 1937, N. 247, pag. 2

 

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Passa no próximo dia 9 o 340º aniversário da morte do Pe. José de Anchieta, Evangelizador do Brasil, fundador de São Paulo, Venerável da Igreja Católica e sem dúvida a maior figura que tenha pisado as terras brasileiras. É bem provável, porém, que um grande número de nossos patrícios não o conheça.

Mesmo aqui em S. Paulo, onde, em 1897, as celebrações do terceiro centenário de sua morte reuniram vultos eminentes como Mons. Francisco de Paula Rodrigues, Eduardo Prado, Brasílio Machado, Joaquim Nabuco e outros, e onde as festas do quarto centenário de seu nascimento, em 1934, ainda estão na lembrança de todos, nada há que promova a recordação diária do grande jesuíta.

E, entretanto, José de Anchieta deveria estar mais no coração e no espírito de nossa gente. Dele se deveria tomar o seu trabalho infatigável pelo bem dos indígenas, nas longas e dificílimas entradas para o sertão, nas custosas travessias da Serra do Mar, nos fatigantes trabalhos do Apostolado; dele se deveria imitar o amor à paz e à concórdia, entregando-se como refém aos Tamoios, expondo sua vida entre aqueles selvícolas, para que nada perturbasse a vida da colônia; dele se deveriam copiar os esforços para harmonizar cristianamente mamelucos, índios e portugueses, unindo-os todos no mesmo amor a Jesus Cristo e aos Padres, representantes da autoridade Pontifícia nas terras do Brasil; também dele se deveria seguir o exemplo quando foi com seus índios ao Rio de Janeiro, para auxiliar Estácio de Sá na expulsão dos calvinistas. E dele se deveria imitar a obediência constante à Igreja, o amor a Nosso Senhor Jesus Cristo, o seu culto à Virgem, tão decantado pelos versos das praias vicentinas...

José de Anchieta é o exemplo para os brasileiros de hoje. Tudo em sua vida, perfeitamente adaptada às necessidades da nova terra, continua a ser aplicável nos dias de hoje. O trabalho, o sacrifício, a harmonização, a obediência, a ordem, a paz e também a guerra contra os inimigos da Pátria e da Igreja pelo mais puro Catolicismo. É de que o Brasil precisa hoje.

Que os brasileiros se voltem para José de Anchieta e tomem como guia na ordem interna, para que o Brasil se renove em Cristo Nosso Senhor, sem lutas mesquinhas provocadas por ambições pequeninas, mas sempre pronto aos grandes embates pela causa da Igreja.

Graças a Deus, a mocidade mariana que ama a Nossa Senhora como José de Anchieta A amava, está escrevendo para o Brasil o grande poema da revivescência da Fé ao mesmo tempo que se arma de energias para os grandes combates. E dela José de Anchieta é o grande chefe.


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