Plinio Corrêa de Oliveira

Legionário, 2 de maio de 1937, N. 242, pag. 2

Publicamos em nosso último número uma correspondência da Agência Fides, na qual vinham mencionadas as palavras do sr. Arita, Ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, sobre o papel da Igreja Católica no estabelecimento da paz entre as nações. Fizemos notar então, que as considerações do estadista nipônico tinham merecido a honra de serem referidas por S.S. o Papa Pio XI, em sua encíclica “Divini Redemptoris”, sobre o comunismo.

Há um fato interessante a observar. Quando o sr. Arita enviou a mensagem ao Congresso Eucarístico das Filipinas, nenhuma das muitas Agências Telegráficas do mundo inteiro se lembrou de a transmitir aos jornais que recebem suas notícias. Apenas a Agência Fides, que é do Vaticano, a remeteu em suas habituais correspondências sobre assuntos missionários.

E, entretanto, se na Rússia, Stalin sai do Kremlin ou se na Alemanha o nazismo calunia a Igreja, as Agências Telegráficas estão prontas a enviar longas reportagens sobre o assunto.

Sobre a Igreja, porém, e sobretudo o que direta ou indiretamente contribui para a sua exaltação, faz-se a famosa “conspiração do silêncio”. Só mesmo quando os fatos são tão flagrantes que as próprias Agências se sentiriam desconsideradas se não os referissem, é que elas mandam suas notícias, aliás quase sempre truncadas e incompletas. É que a Igreja deve em tudo assemelhar-se ao seu Divino Fundador. Também quando Jesus ressuscitou, os príncipes dos sacerdotes não queriam que esse fato se divulgasse. Como isto, porém, não era possível, pagaram aos guardas para que fossem dizer que os discípulos tinham roubado o corpo de Jesus.

E nem por isso, apesar dessa primeira “conspiração do silêncio”, Nosso Senhor Jesus Cristo deixou de ascender gloriosamente ao Céu e as nações deixaram de crer n’Ele e em sua Ressurreição!