Plinio Corrêa de Oliveira

 

Comentando...

Imigração nacional

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 11 de abril de 1937, N. 239, pag. 2

 

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Um agenciador de imigrantes nacionais no Norte do país fez, em conversa que teve com o repórter de um jornal desta Capital, algumas declarações sobre o modo como esses homens são aliciados e sobre a maneira como são transportados para o Sul.

“Aliciar trabalhadores, diz o referido agenciador, exige habilidade pessoal... A situação de pobreza é grande em muitas regiões do Norte. Tanto assim que nosso trabalho se simplifica. Os contratos são feitos rapidamente com os trabalhadores, embora se verifiquem dificuldades de outra ordem por parte de algumas autoridades e de certos governos...”

“— E a travessia? pergunta o jornalista — dizem que é horrível o tratamento e medonhas as acomodações?

— Eu tenho entrado em chiqueiros muitas vezes, responde o agenciador. Não sou capaz, porém, de entrar num porão de emigrantes... Na chegada a Santos, é preciso o maior cuidado. Temos que acompanhar passo a passo os homens aliciados pelos nossos auxiliares. Se não for assim, eles fogem em grande número”.

O assunto é grave. Vemos brasileiros, obrigados pela necessidade, a se submeterem a imposições do primeiro estranho que aparece. Não está preparado, pois, um magnífico campo para a propaganda marxista?

E que dizer da maneira horrível como eles são transportados para o Sul? Não é precisamente uma injusta ambição capitalista que os submete a essa dolorosa situação?

Há evidentemente para os nossos patrícios do Norte a necessidade daquela Justiça a que se referem as Encíclicas Pontifícias.


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