Plinio Corrêa de Oliveira
Comentando...
Legionário, 28 de fevereiro de 1937, N. 233, pag. 2
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Não acreditamos, de maneira nenhuma, que os desvarios a que dá lugar, na Alemanha, a paixão delirante de certos partidários de Hitler, sejam atribuíveis à maioria do povo alemão. Altamente civilizado, e dotado de um senso da realidade verdadeiramente notável, o alemão é naturalmente infenso às explosões sentimentais de qualquer natureza. E só um certo clã de alemães se deixa empolgar até à idolatria, pelo entusiasmo que vota a Hitler. Isto não obstante, devemos notar que os círculos oficiais alemães, inteiramente avassalados por uma “hitlerlatria” crescente, aplaudem e estimulam essas degradantes manifestações de admiração em lugar de compreender que elas ferem não apenas os altos foros de civilização do povo alemão, mas a própria dignidade do gênero humano. Um exemplo característico do entusiasmo delirante que as autoridades alemãs procuram estimular, com relação a Hitler, está na seguinte oração que todos os pobres do país devem recitar a Hitler, depois de tomar o prato de sopa que lhes é assegurado pela “filantropia” do Estado: “Führer”, meu “führer”, que Deus me deu. Protege e conserva minha vida da ruína e da desgraça. É de ti que me vem o pão de cada dia. Cuida o maior tempo possível de mim. Não me abandones, “führer”, meu “führer”, minha fé, minha luz, ave, meu “führer”! |