Plinio Corrêa de Oliveira

 

Comentando...

O invariável ecletismo de nossos políticos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 7 de fevereiro de 1937, N. 230, pag. 2

 

  Bookmark and Share

 

Há poucos dias, Mata Machado, redator de “O Diário”, órgão católico de Belo Horizonte, publicou um artigo em que encara a situação católica na Bahia.

Principiou falando de uma declaração formal e pública do governador Juracy Magalhães, de que é católico, apostólico, romano, para em seguida focalizar os fatos que mostram a contradição entre os seus atos e essa declaração, salientando os ataques de que é alvo o catolicismo.

Procurando apurar o que o cap. J. Magalhães lhe havia dito, soube, o articulista, de pessoa autorizada que, embora ele seja católico pelo batismo, adota o mais insensato dos liberalismos.

Na Bahia, a Igreja sofre toda espécie de ataque. Os seus inimigos, adotando principalmente a arma predileta da maçonaria, procura jogar católicos contra católicos. Percebendo quão forte é a fé naquele Estado, usam deste meio de desinteligência, espalhando largamente a confusão. E a imprensa é uma das mais ativas forças nesta espécie de combate. Principalmente o “Diário de Notícias” e o “Estado da Bahia”, este órgão oficioso o que merece do Governador o mais franco apoio. Este último jornal caluniou, há tempos, ao Exmo. Revmo. Snr. Arcebispo primaz. O abuso foi levado ao conhecimento do cap. J. Magalhães, mas em vão. Pois foi necessário que um grupo de católicos, em comissão, fosse a ele e lhe pedisse a cessação daquela campanha desmoralizadora.

A maçonaria, como é claro, está metida em tudo isso. Também se sabe largamente hoje a íntima ligação que há entre ela e o comunismo. Este, não é combatido, como nas outras partes do Brasil. Tem-se dado o máximo de liberdade para os comunistas, como se poderá ver no caso do prof. Estácio Lima, que tendo sido preso, foi logo solto.

Grande é o número desses. E mormente professores. Lembramos o prof. Valle Cabral, aquele que, como dizem, foi injustamente preso. Ao que finalmente comenta o articulista:

“Injustamente, sim, pois os outros ficaram na rua, nas cátedras, na Assembleia”.

Em vista de tudo isto, é mesmo um problema intricado o catolicismo do sr. Governador.


Bookmark and Share