Plinio Corrêa de Oliveira

 

Comentando...

Alemanha, Babel das religiões novas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 7 de fevereiro de 1937, N. 230, pag. 2

 

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Quem enviar um marco ao general Ludendorff receberá um artístico diploma certificando que adota a “fé ao Deus alemão” (Deutscher Gottglaube). Esta fé possui uma revista biebdomadária que tira mais de 65 mil exemplares, chamada romanticamente: “A fonte sagrada da Força alemã“ (Am Heiligen Quell Deutscher Kraft), de que Hans Kurth foi o redator-chefe, cargo de que foi despido depois de uma disputa pessoal com o casal Ludendorff.

Kurth obtém então cargo idêntico na direção do semanário neo-pagão “Der Durchbruch”, que graças a ele se tornou uma das folhas de mais violento combate ao cristianismo.

Quinze meses (depois) surge nova disputa entre Kurth e os dirigentes de sua seita, perdendo ele de novo o seu ganha-pão. Encontra seu colega Mr. Herbert Grabert, colocado em idêntica situação. Fundam nova religião, e uma nova revista... Sua seita se chama “Deutschgläubige Bewegung” (“Movimento dos crentes alemães”). Apareceu então o manifesto e as primeiras publicações, uma das quais se intitula: “Corresponde o cristianismo ao sentimento da moral germânica?”, pois é sabido que o parágrafo 24 do programa nacional-socialista promete a liberdade religiosa, contanto que as religiões não entrem em contradição com o “sentimento moral da raça germânica”.

As novas “religiões”, inspiradas pela ideologia racista e nacional-socialista se tornaram de tal modo numerosas, e há tão frequentes cisões e fusões, que só os especialistas podem compreendê-las. Seus órgãos são duas ou três dúzias de jornais e revistas, especialistas em se injuriarem mutuamente, tendo porém unidade de vistas num ponto: no ataque ao cristianismo.

O “Durchbruch” publicou há pouco um artigo intitulado: “O bolchevismo cristão romano”. “Der Blitz” escreve: “Quem quer que aceite a Bíblia como a palavra de Deus obrigatória é um aliado espiritual do bolchevismo”. E “Die Stimme” proclama: “É preciso que o cristianismo desapareça, se a missão alemã tiver que se cumprir”.

Por aí se pode avaliar um pouco da balbúrdia que reina na Alemanha, em matéria de religião.

Gente que muda de religião como de camisa, seitas que se fundam como clubes de diversões. Divergências inumeráveis, falta de base absoluta. Princípio construtor, nenhum. Um ponto só pacífico: ataque ao Cristianismo.

E da inépcia destes ataques basta salientar a ridícula comparação entre Roma e Moscou, pontos divergentes que humorista algum relembrou de unir...

Pelo contrário, não são poucos os que apontam homogeneidade de pontos de vista entre Berlim e Moscou. Se outro não houvesse, não bastariam estes ataques ao cristianismo?


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