Plinio Corrêa de Oliveira

Legionário, 31 de janeiro de 1937, N. 229, pag. 2

S. Excia. Revma. o Sr. Dom João Becker, Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre dirigiu recentemente ao clero e aos fiéis de sua Arquidiocese, a Carta Pastoral “O Clero Católico”, cujo recebimento acusamos em outra secção, e na qual estuda, detalhadamente, o sacerdócio. Insiste S. Excia. Revma., com o zelo de grande Pastor de almas, em demonstrar, “quão grande é a nobreza e a excelência deste sacramento, considerado no seu mais alto grau que é o sacerdócio. Os bispos e os sacerdotes são como intérpretes e embaixadores de Deus, em cujo nome ensinam aos homens a lei divina e os preceitos da vida cristã; são os ministros de Deus, seus representantes na terra. Portanto, nenhuma dignidade mais alta se pode imaginar”.

Verdadeiramente, estas palavras de S. Excia. Revma. devem estar continuamente presentes a todos os católicos. Nunca devem eles esquecer que no sacerdote está a mais alta personalidade do mundo, porque ele é o “intérprete, o embaixador, o representante de Deus”; e como tal não há ninguém que se lhe iguale em dignidade. E tendo sempre diante de si esta lembrança cumpre dar ao sacerdote o respeito que lhe é devido, respeito que é dado diretamente a Deus; e por outro lado, para as famílias cristãs, conhecedoras do valor do sacerdócio, que glória maior e que graça mais excelsa do que poder dar algum ou alguns de seus filhos a Deus Nosso Senhor? E por isso escreve ainda S. Excia. Revma.:

“Mães cristãs, com justo título estais solícitas do futuro dos vossos filhos, para os quais tendes sonhos de glória. Sabeis que haverá outra coisa tão grande e tão desejável como o sacerdócio? Em outros tempos as mães brasileiras rogavam a Deus que se dignasse escolher para o seu serviço a um ou outro dos seus filhos, porque estavam desejosas de dar a Cristo alguma coisa mais do que suas generosas esmolas, um pouco do seu próprio ser”.