Plinio Corrêa de Oliveira

 

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Legionário, 31 de janeiro de 1937, N. 229, pag. 2

 

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Não há muitos dias publicou o “Estado de S. Paulo” uma notícia, de Madri, referente a um manifesto dos católicos espanhóis que protestavam contra o bombardeio da Capital e salientavam “as responsabilidades terríveis que pesam sobre aqueles que tornaram possível o conflito fratricida com o desprezo de tudo o que a consciência dita e que a lei impõe”.

Além de vários leigos assinavam-no alguns sacerdotes.

Comecemos por supor que os signatários realmente existam e não sejam figuras forjadas por alguma exploração telegráfica.

Ora, no mesmo número o “Estado” publica uma declaração do sr. Arcebispo de Córdoba, que analisa o instinto de destruição dos marxistas espanhóis, declarando ser a atual guerra “uma verdadeira cruzada religiosa e de independência, com visível proteção da providência divina”.

Insiste ainda S. Excia. Revma. em salientar a oposição que os católicos devem manter contra os marxistas.

Vejamos então, em que situação estamos (supondo sempre a existência dos sacerdotes assinantes do manifesto):

— Um grupo de sacerdotes adota uma determinada atitude e um prelado adota uma atitude contrária.

Ora, estamos dentro da Igreja

Logo, é preciso estar-se “fora de si” para não se concordar que deve prevalecer a atitude do Sr. Arcebispo.

É necessário estar cégo para não se ver na tal notícia do manifesto apenas mais uma exploração do governo de Madrid, que para conseguir fazer supor que é boa a causa que defende apoia-se em católicos cuja existência pomos em dúvida.

Apesar de tudo, dessas explorações alguma coisa se aproveita.

Sem querer os marxistas reconhecem que só o que está com a Igreja é bom.


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