Plinio Corrêa de Oliveira
Comentando...
Legionário, 10 de janeiro de 1937, N. 226, pag. 2
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A imprensa é uma das armas que melhores resultados produz nos tempos contemporâneos. Dela se servem os ambiciosos de glória e de honrarias, principalmente para atacar os governos e mostrar as suas falhas, procurando sempre tirar partido. Por sua vez os governos, que retêm nas mãos todo o poder, para se defenderem dessas acusações impõem restrições aos jornais, que ficam assim tolhidos em sua liberdade. Um fato interessante, verifica-se agora na França, em que o sr. Léon Blum aparece como figura principal. Temendo manifestações populares resultantes da morte de Roger Salengro, e que podem servir de ponto de partida a uma manobra política, o sr. Blum estuda um projeto de lei para reorganização da imprensa e outro sobre uma nova lei contra a difamação. Quando o sr. Pierre Laval estava no lugar ocupado hoje por Léon Blum, publicou um decreto, impedindo os jornais de falar mal dos chefes de Estado e dos ministros estrangeiros. Um jornalista não se conformou com esse decreto, e pelas colunas do “Populaire” protestou rigorosamente, dizendo entre outras coisas, o seguinte: “Desde a manhã de ontem, eu não posso chamar Mussolini de assassino de Matteotti, sem me expor a penas correcionais.” Esse jornalista é o atual primeiro ministro da França, sr. Léon Blum, que certamente quando escreveu essas palavras, não esperava atingir o alto posto de Primeiro Ministro, vindo a precisar das leis contra as quais se insurgira. |