Plinio Corrêa de Oliveira
Comentando...
Legionário, 3 de janeiro de 1937, N. 225, pag. 2
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Por intermédio da Associação Brasileira de Imprensa, o Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro dirigiu, a todos os brasileiros, uma afetuosa mensagem de Natal. Dessa mensagem, resulta um anelo particularmente veemente: o de que, no ano entrante, a paz não seja perturbada no Brasil. Mais uma vez, repetimos aqui o que já foi exuberantemente demonstrado por esta folha. O pacifismo da Igreja é coisa inteiramente diversa do pacifismo laico e pagão de nosso século. A Igreja não quer qualquer paz, mas a paz que seja realmente a “tranquilidade da ordem”, e nunca a mortal tranquilidade da desordem. É essa paz que Sua Eminência deseja ao Brasil. Em respeitosa e filial união de vistas como o ilustre Príncipe da Igreja, também nós desejamos que, em 1937, o Brasil conserve o pouco de tranquilidade de que atualmente goza em virtude do pouco de ordem que lhe resta. Há muito tempo estamos prevendo que ocorrerá risco à ordem pública no Brasil por ocasião da sucessão presidencial. E no limiar de 1937, aproveitamos para declarar que, no ano entrante, nosso programa será este: paz. Paz, em primeiro lugar no terreno social. Para isto, repressão imensamente enérgica e prevenção imensamente caridosa do perigo comunista. Em segundo lugar, oposição intransigente, formal, irredutível, tensa, a qualquer tentativa de revolução, ainda que meramente burguesa. No momento em que, no Brasil, for disparado o primeiro tiro de fuzil contra a ordem vigente, nossa Pátria estará automaticamente transformada em novo México. E isto nós não queremos de modo nenhum. |