Plinio Corrêa de Oliveira
Comentando...
Legionário, 3 de janeiro de 1937, N. 225, pag. 2
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André Gide (1869-1951) era, por certo, o maior escritor francês e mesmo mundial, que defendia o comunismo. Sua adesão aos ideais soviéticos foi a que mais impressionou ao mundo literário. Várias vezes foi à Rússia, sempre recebido com grandes atenções e posto ao par do que lá havia. Voltou sempre entusiasmado com o adiantamento russo: progresso, indústrias, máquinas, máquinas... Os intelectuais não comunistas o atacam e explicam: que Gide não seja ingênuo. Que abra os olhos e veja não apenas aquilo que lhe mostram, mas sobretudo aquilo que lhe ocultam... Gide protesta. Reafirma suas convicções e volta a fazer mais uma de suas viagens ao “paraíso moscovita”. Ao voltar escreve um livro impressionante: “Retour de l’U.R.S.S.” [Ed. Gallimard, 1936, n.d.c.]. É a última vez que Gide volta da Rússia. “Duvido que em algum país do mundo, mesmo na Alemanha de Hitler, o pensamento seja menos livre, esteja mais amordaçado, mais aterrorizado e mais avassalado”. “O cidadão russo é mantido em uma extraordinária ignorância de todo o exterior”. “Não há classe na Rússia. Há pobres. Há muitíssimos pobres...” |