Plinio Corrêa de Oliveira

Legionário, 27 de dezembro de 1936, N. 224, pag. 2

A alma católica vive momentos de intensa alegria, pela comemoração do Nascimento de Jesus.

Os templos e os lares católicos se rejubilam em santo prazer pelo faustoso acontecimento.

Porém, os outros homens (dentre os quais, muitos se dizem católicos), não quiseram tomar parte nesses festejos, que com tanto carinho assistimos, e resolveram nos brindar com dois presentes valiosíssimos (?!).

O primeiro deles: a libertação dos professores Pedro da Cunha, Leônidas de Rezende, Hermes Lima e Castro Rebello, ordenada pelo executivo federal, que não conseguiu estabelecer-lhes a culpabilidade, com relação aos acontecimentos de Novembro do ano passado [a Intentona comunista de 1935, n.d.c.].

É sobejamente conhecida a atuação desses que possuem a mais perigosa arma, a inteligência, e que, no entanto, não foram considerados perigosos à ordem pública.

O segundo presente foi a aprovação do projeto que autoriza o Sr. Prefeito da Capital paulista, a abrir um crédito de 600:000$000 para atender aos gastos dos festejos carnavalescos.

Porém, devemos esclarecer que esse projeto foi aprovado com o protesto de cinco vereadores, que declararam ser o Carnaval uma festa pagã, contrária aos sentimentos dos católicos. Mas o seu número não conseguiu fazer frente aos que apoiaram o projeto.

Assim veremos, nos primeiros dias de Fevereiro próximo, o povo se entregar à orgia, com a aprovação benévola do poder público.

Esquecem-se os homens do poder que o Carnaval concorre para a depravação dos costumes, e consequentemente para o progresso das idéias subversivas sintetizadas pelo comunismo.

Qual dos dois é o melhor presente?