Plinio Corrêa de Oliveira
Comentando...
Legionário, 22 de novembro de 1936, N. 219, pag. 2 |
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Os nacionalistas espanhóis, segundo se infere das notícias que vêm do teatro da luta, combatem de bom humor. Vejam-se as “blagues” do General Queipo de Llano, veja-se a estratégia “humorística” do Coronel Aranda, em Oviedo, etc. Mais um episódio veio, agora, juntar-se aos outros já conhecidos, e também este impregnado de uma boa dose de espírito. Em Tuy, perto da fronteira portuguesa, e em outras cidades da Galícia, houve, como também entre nós até há um ano atrás, rapazes que a ironia popular apelida de “meninos bonitos” e “filhinhos de papai”, os quais, sem outras ocupações mais úteis, dedicavam as “horas vagas” a fazer alarde de comunismo, julgando talvez assim garantir o equilíbrio da própria cabeça sobre o respectivo pescoço. Por sua conta, tinham eles enchido (ou mandado encher) com cartazes e rabiscos de propaganda comunista as paredes dos edifícios públicos, especialmente desde as eleições espanholas de 16 de fevereiro. Quando a alma popular reagiu contra os excessos da Frente Popular, foi ali rapidamente vencida a desordem e implantada a ordem. As autoridades nacionalistas, no intuito de limpar a cidade, deram ordem de serem arrancados os cartazes e apagados os rabiscos... pelos próprios “almofadinhas”. Alguns ainda quiseram fugir ao castigo, contratando trabalhadores que, pagos por hora, executassem o serviço. Não contavam, porém, com a intransigência das novas autoridades que lhes mandaram informar ser o trabalho... pessoal e intransferível. E, assim, tiveram os pelintras da Galícia de vestir o blusão do operário e, diante da multidão divertida, lavar as paredes dos edifícios públicos, o que aliás lhes deve ter sido muito mais agradável do que, se embebidos em gasolina, fossem “obrigados” a arder, ao som das chalaças dos governistas [comunistas]... |