Plinio Corrêa de Oliveira

Legionário, 8 de novembro de 1936, N. 217, pag. 2

Apareceu nos últimos dias do mês passado, na Faculdade de Direito de S. Paulo [do Largo São Francisco, n.d.c.] o manifesto de uma agremiação intitulada “Centro de Difusão Cultural”.

Diz logo de início, que existem no cenário político, social e religioso, duas correntes opostas: o espiritualismo e o materialismo, que encontrando-se formam um turbilhão destruidor, que acarreta a desintegração moral e social da humanidade.

Não foram muito felizes os redatores desse manifesto. Não cremos que do entrechoque dessas duas correntes possa resultar uma desintegração da humanidade. A vitória do materialismo sobre o espiritualismo, poderia produzir esse resultado, mas o encontro entre as duas não lograria atingir o fim tão funestamente previsto.

Afirma, depois, que as classes menos cultas, crentes nas palavras de Moscou, descambam para o materialismo político, representado pelo comunismo e pelo anarquismo. A causa de ter o comunismo se alastrado por todo o mundo é a falta de instrução. Ora isto é falso, porquanto encontramos comunistas nas classes intelectuais e abastadas, cuja instrução é a mais perfeita possível.

A verdadeira causa da difusão do comunismo é a falta de instrução religiosa. Só a religião é capaz de incutir no cérebro humano a noção do justo e do injusto.

Se o “Centro de Difusão Cultural” quiser, de fato, promover o engrandecimento da Nação, acrescente ao seu programa, que se resume na palavra “instrução”, mais o vocábulo “religiosa”, e estamos certos de que conseguirá realizar o fim almejado.