Plinio Corrêa de Oliveira

 

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Fronteiras para a caridade

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 25 de outubro de 1936, N. 215, pag. 2

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“Candide”, semanário de Paris, resolveu enviar para os feridos da guerra espanhola vinte mil francos de ataduras e medicamentos, divididos em duas porções iguais: uma para Madri e outra para Burgos.

A parte destinada a Madri foi facilmente entregue, mas quando se tratou de enviar a de Burgos, apareceu a impossibilidade: recusa-se a passagem de tudo pela fronteira de Irun, mesmo dos objetos deste gênero...

“Candide” está justamente indignado. “Voilà qu’inconcevable et inacceptable” [inconcebível e inaceitável]. Os dois fardos foram expedidos juntos, cada um para seu destino. Por que esta política, em se tratando de amenizar sofrimentos?

E é com justa indignação que o hebdomadário pretende fazer ao ministro uma pergunta: “É ou não proibido enviar medicamentos para a Espanha?”

Vemos lamentável, mas perfeita coerência nesta decisão. Não há política para o sofrimento, é verdade. Mas quando é que os mandados de Blum [primeiro ministro e socialista francês, n.d.c.] falaram em política? E quando pensaram em sofrimento, mormente quando alheio?


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