Plinio Corrêa de Oliveira
Comentando...
Legionário, 4 de outubro de 1936, N. 212, pag. 2 |
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O México está cogitando em restabelecer as relações diplomáticas com a Rússia. Nenhum ato seria mais coerente com a atitude política do México destes últimos tempos do que este. Duas nações, com fitos comuns, poderão, naturalmente, agir com maior eficiência, quando amigas. O mesmo jornal que transmite este telegrama, noticia, logo em seguida, que o México enviará uma delegação ao Conselho Popular da Paz, a realizar-se em outubro, em Buenos Aires. Nada mais lógico do que unirem-se ambas as notícias, fundirem-se ambas as deliberações, atribuindo-lhes idêntica finalidade. Mas, quem é que havia de falar em paz?... A hipocrisia que reveste todos os atos destas nações, vai tendo o condão de desprestigiar as mais nobres palavras, desvirtuando as mais honestas iniciativas. Qual coisa mais justa que uma reinvindicação popular? e a palavra “popular” faz-nos tremer: pensa-se logo em barulho, incêndio, empastelamento... Qual coisa mais desejada que a paz? E como tememos um congresso pró “paz”; convidados que fôssemos a nele tomar parte, só iríamos, muito a contra gosto, mas bem garantidos, bem armados... O remédio estaria na sinceridade; mas como esperar na sinceridade de um México, mormente quando em doce idílio, se já não em plena lua de mel, com uma Rússia?... |