Plinio Corrêa de Oliveira

 

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Grã-fino

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 6 de setembro de 1936, N. 208, pag. 2

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Em uma “Crônica Social” enviada do Rio e publicada domingo pelo “Estado de S. Paulo”, retraça-se perfeitamente o quadro da decadência de uma parte de nossa sociedade: são os grã-finos, como os denomina o autor.

Não há outra coisa em todo o artigo senão “os olhos ardidos de tantas vigílias”, “os pés doídos de tanto dançar”, “o estômago embrulhado de tantas e tão fartas comezainas” [grandes comilanças, n.d.c.], “o fígado ingurgitado de tanto álcool ingerido”. Só houve durante um mês “cocktails”, jantares, bailes”. Na Ilha do Vianna “a acolhida é amável e alegre, os almoços suculentos, regados por abundantes libações.” Um almoço no Clube Alemão, de Niterói, “foi divertidíssimo”!... Bebeu-se à grande, comeu-se com apetite, dançou-se vertiginosamente”. Nos jantares do Grill Room tudo o que há de “bien” ali estava e o champagne a correr, correr...”

Tal é o estilo da “Crônica Social” enviada do Rio para o “Estado”. Ela revela um estado lamentável de nossa sociedade, que se apresenta tão degradada como a da decadência romana; é infelizmente um péssimo sinal esse que o cronista revela; nunca essa mocidade, que só pensa em “comezainas” e em “libações”, poderá honrar o Brasil; é a parte mais inútil de nossa Pátria e evidentemente nada poderemos esperar desses grã-finos!...

Felizmente ao lado dela se eleva uma outra, não tão elegante certamente, mas que procura virilmente a virtude, e se tempera na luta contra a matéria; a juventude Mariana do Brasil salvará a nossa Pátria.


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