Plinio Corrêa de Oliveira

 

Comentando...

Nitti, a Espanha e... “O Estado de S. Paulo”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 6 de setembro de 1936, N. 208, pag. 2

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O sr. Francisco Nitti [ex-presidente do Conselho de Ministros da Itália] publicou no último domingo, no “O Estado de S. Paulo”, mais um de seus artigos; desta vez tomou como tema para suas longas digressões, a guerra civil da Espanha, procurando estudá-la em suas causas. E então o sr. Nitti chegou a conclusões verdadeiramente estarrecedoras.

Diz o ex-presidente do Conselho de Ministros da Itália, que logo depois das eleições espanholas de fevereiro, escreveu um artigo provando que a Espanha nunca seria comunista e que lá só havia a recear um “pronunciamento”; e acha que agora os fatos confirmam sua opinião anterior, isto é, o primeiro responsável pela situação atual da Espanha não são os comunistas de Madri mas... o Exército espanhol. Ao lado desse primeiro culpado, há para o sr. Nitti, um segundo: o clero espanhol, e isso porque, diz ele, há na Espanha um “clericalismo intolerante”.

Reconhece depois o sr. Nitti que há, na Espanha, anarquistas e sindicalistas revolucionários e que antes desta Revolução muitas atrocidades tinham sido cometidas. Mas diante delas, todos os espanhóis deviam curvar a cabeça e só!... Os generais que se revoltaram, no entender do sr. Nitti, apenas repetiram “a tradicional indisciplina do exército espanhol”. E acha ainda o sr. Nitti que a Espanha está ameaçada não “pelo bolchevismo que — pretende ele — é uma ordem” (!), mas “pela maior desordem, pela explosão de todas as paixões políticas, religiosas... etc.”.

Nós não nos admiramos que o sr. Nitti diga tudo isso e muito mais; mas que “O Estado de S. Paulo” que anda arvorado em paladino anticomunista permita a propaganda soviética por suas colunas, não deixa de ser um fato curioso e que dá o que pensar!...


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