Plinio Corrêa de Oliveira

Legionário, 23 de agosto de 1936, N. 206, pag. 2

Publica-se nesta capital um semanário em língua espanhola, a “Gaceta Hispaña” que agora, a propósito da Revolução Espanhola, se declara neutro, afirmando que não pode adotar “bandeiras partidistas”. Ao mesmo tempo, multiplica em suas colunas as provas de simpatia ao governo de Madri publicando entrevistas dos membros do governo, exaltando o apoio de alguns intelectuais ao sr. Azaña, afirmando que o governo espanhol não é comunista etc.

Temos duas observações a fazer: a primeira é a de que, para espanhóis, não definir-se no momento atual é ficar com o governo de Madri que representa, não uma “bandeira partidista'”, mas o domínio soviético na terra do Cid; é portanto trair a própria Pátria e isso estão fazendo os espanhóis que por acaso existam na “Gaceta Hispaña”.

A segunda é que aos brasileiros que fazem parte de sua redação não fica bem estarem ao lado de comunistas estrangeiros. Os brasileiros sabem da luta que se trava para impedir que nossa Pátria caia em poder dos marxistas. Como então desinteressar-se da sorte da Espanha e deixar que naquele país impere o comunismo?

Temos ainda que chamar a atenção da censura para o jornal espanhol; não é admissível que sua matéria deixe de ser examinada pela censura; parece-nos que ela se deve processar com rigor, principalmente sabendo-se que o referido jornal atinge uma colônia estrangeira que deve cooperar para o bem do Brasil e não ser transformada em inimiga do país que a acolheu.