Plinio Corrêa de Oliveira

 

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Boas contas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 16 de agosto de 1936, N. 205, pag. 2

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Há aspectos da questão social verdadeiramente desconcertantes. A falta de emprego — o “chaumage” — por exemplo, uma das visões mais tristes que os grandes países industriais apresentam neste interminável após-guerra. No entanto, quanta vez não é aí que os demagogos vão buscar farto alimento para suas violentas objurgatórias.

O “New York Sun”, há pouco, publicava o seguinte caso. Foi oferecido por um industrial, a um desempregado, que vive à custa dos cofres públicos, um lugar no seu estabelecimento.

O desempregado pensou, mediu os prós e os contras, e... recusou o emprego. Inquirido sobre o por quê da recusa, explicou-se: o “negócio” não lhe convinha porque só viria a receber mais dois dólares do que lhe dava a assistência pública e, feitos os devidos cálculos, ele sairia perdendo se trabalhasse.

— Costumo ir, dizia ele, sete vezes por semana ao cinema. Quando estou sem trabalho, vou à tarde, porque é mais barato, pago só 15 centavos; quando trabalho, tenho de ir à noite, que já é mais caro, custando a “entrada” 40 centavos. Ora, não podendo ir à tarde perco, pois, por dia, 25 centavos, o que perfaz ao fim da semana, 1 dólar e 75 centavos. Além disso eu teria de pagar 60 centavos por semana no “subway” para ir ao serviço, o que faria o meu prejuízo ascender a 2 dólares e 35 centavos. Logo, é melhor que eu me fique em casa à custa do governo, porque indo trabalhar, perco 35 centavos por semana.

O jornal que conta esse caso não diz se esse bom matemático tem tomado parte nas manifestações dos “sem-trabalho“...


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