Plinio Corrêa de Oliveira

 

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A balada da serpente

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 2 de agosto de 1936, N. 203, pag. 2

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Os comunistas são férteis nos meios de combate, barateados pela nudez completa de qualquer preconceito moral, e mesmo de coerência, coisa para eles da menor importância e meio mitológica.

Inimigos do Cristianismo (Engels dizia-se inimigo pessoal de Cristo...) e perseguidores dos cristãos (vide Espanha, México e Rússia), vendo-se agora perseguidos e mais que perseguidos, encarcerados, processados pelas nossas autoridades constituídas, é com o maior cinismo que vêm bater à porta de corações católicos menos preparados, pretendendo explorar inescrupulosamente, por meio de boletins anônimos, o seu sentimentalismo desprevenido.

Seu fito é que os católicos peçam a liberdade dos presos comunistas. (Coisa interessante: não existe nos boletins, a palavra comunismo ou comunista...). O instrumento é a mentira, saturada de má fé. Mentem, dizendo que seus malogrados companheiros são espancados cruelmente. Perdoemos-lhes, porém, esta mentira inocente; quem usa, cuida...

Mas precavamo-nos contra esta dialética... A vingar esta exploração do sentimentalismo piegas, precisaríamos pedir não só a liberdade dos pseudo “presos políticos”, mas também a dos outros assassinos e ladrões, que também ficaram separados de suas esposas e filhos...

Não agasalhemos em nosso seio, como o encanto caridoso da fábula, a serpente imobilizada pelo frio, porque ela, depois de absorver o calor, requererá o nosso sangue.

As autoridades pecaram não por rigorismo, mas por liberalidade. Elas já acalentaram em seu seio a serpente astuta. Receberam a primeira picada.

Reagiram. Confiemos em que agora não fraquejarão apesar de todos os cínicos panfletários daqui e de fora.


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