Plinio Corrêa de Oliveira

Legionário, 5 de julho de 1936, N. 201, pag. 3

No dia de recolhimento realizado no último domingo, recomendou o Revmo. Pe. Cursino de Moura, Diretor da Federação Mariana, que as Congregações se esforçassem na organização de escolas noturnas, destinadas aos operários dos bairros ou das cidades onde estão instaladas. Achamos que na época atual, poucas obras são tão meritórias, como essa recomendada pelo Revmo. Pe. Diretor da Federação.

Em primeiro lugar ela entra perfeitamente no espírito da Congregação Mariana e é indicada no Manual, na secção “Vida da Congregação”, quando ao referir-se às “Obras sociais” dos sodalícios marianos se incluem entre elas os “Patronatos, Recolhimentos, Escolas de artes e ofícios, etc”. E diz o Manual “promover e auxiliar eficazmente essas obras, está sem dúvida no âmbito da sua missão social, e é um dos maiores apostolados que um Congregado pode exercer nos tempos e sociedade de hoje“.

De outro lado, essas escolas, nas quais os operários receberão a cultura intelectual, permitir-lhes-ão que eles conheçam de perto a Igreja Católica, da qual estão afastados talvez por preconceitos ou por uma compreensão errada de suas atividades e de seus intuitos. E aprendendo à luz dos princípios católicos, recebendo o influxo de sua doutrina, e, sempre que possível, recebendo desta um conhecimento extenso e profundo, eles se voltarão para Deus Nosso Senhor, para a prática de seus deveres religiosos e serão os apóstolos de sua classe, aqueles apóstolos que quer o Santo Padre Pio XI, gloriosamente reinante: “fortes na Fé, constantes nas perseguições, ardentes no zelo, unicamente solícitos de propagar por toda a parte o reino de Cristo” (Encíclica Quadragesimo anno).

E a essa função de preparadores de apóstolos de Cristo, certamente não se furtarão os ardentes e valorosos Congregados Marianos de São Paulo, particularmente quando o Manual recomenda essa obra, e quando o Revmo. Pe. Cursino de Moura ordena aos seus soldados que cumpram imediatamente aquela determinação.