Plinio Corrêa de Oliveira

 

Comentando...

“Catecismo do P.R.P.”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 7 de junho de 1936, N. 199, pag. 3

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Com o título acima, e subtítulos “Ensino Cívico”, “Pela Democracia e pela República” e “Nem comunismo, nem fascismo, nenhuma Ditadura. Viva a República” está sendo vendido um opúsculo de 80 páginas, editado em 1936 e de autoria de Brutus de Piratininga. Como católicos, fora e acima dos partidos, temos criticado as atitudes tomadas por gregos e troianos, quando essas atitudes vêm ao encontro dos princípios católicos, ou quando elas constituem uma irreverência à Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.

É o que se dá agora com o referido “Catecismo do P.R.P.”. Decalcado sobre o Catecismo da Doutrina Cristã, que compendia a essência dessa mesma doutrina, constitui ele uma paródia ridícula, que só pode servir para desprestigiar a quem se serve dela como meio de propaganda. E para que não se diga que estamos sendo injustos ou rigorosos em excesso, eis algumas passagens do mesmo:

“P. És perrepista?

R. Sim. Sou perrepista com a graça de Deus.

P. Qual é o verdadeiro perrepista?

R. O verdadeiro perrepista é aquele que crê que “fora do P.R.P. não há salvação”.

P. Que deve fazer o perrepista ao levantar-se?

R. O perrepista ao levantar-se, depois das suas orações, deve fazer ginástica dizendo a seguinte frase “hoje, mais do que ontem e menos que amanhã, sinto orgulho em ser perrepista”.

P. Para ser bom perrepista basta apenas votar?

R. Não; para ser bom perrepista é necessário também observar os mandamentos do P.R.P.”

Basta essa transcrição de algumas perguntas e respostas do “Catecismo do P. R. P.”, para mostrar a irreverência nele existente no que diz respeito às coisas da Igreja Católica. E é isso o que de mais grave há nesse opúsculo: a Igreja Católica não é qualquer traste inútil para ser objeto de troça, nem a política partidária, por mais respeitável que seja, deve superpor-se ao espiritual, e muito menos pretender usá-lo para seu proveito próprio. E é este primado do político, esta atitude que coloca o espiritual inferior ao temporal, que nós queremos especialmente condenar neste “Catecismo” do P.R.P.”.


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