Plinio Corrêa de Oliveira

Legionário, 10 de maio de 1936, N. 197, pag. 3

Já nos temos referido, ainda que de passagem, a alguns fatos relativos à aplicação do artigo constitucional que abre as portas da escola ao ensino da religião.

Dos dados estatísticos emanados da Secretaria da Educação do Distrito Federal e tão bem comentados por Heitor da Silva Costa na “Coluna do Centro” de “O Jornal”, ressalta esta verdade: a regulamentação do ensino religioso no Distrito Federal anterior a que ora está em vigor, constituía verdadeiro atentado à democracia.

Não somos nós que haveremos de encomiar o regime democrático, mas era incompreensível que um defensor da “democracia em marcha”, se prestasse a contrariar a vontade de 75 % das famílias cariocas equivalentes a 83 mil alunos de classes primárias, para um total de 110 mil e em oposição a 1.060 alunos dos 1.300 que freqüentam os cursos secundários do Instituto de Educação do Distrito Federal.

Esses números revelam que a democracia de que o sr. Anísio Teixeira era partidário é uma democracia à moda ateniense — liberdade para uma minoria... E que minoria neste caso!...