Plinio Corrêa de Oliveira

 

Comentando...

Laicismo rançoso

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 10 de maio de 1936, N. 197, pag. 3

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No Brasil, o Estado continua leigo, a despeito do ensino religioso. Isto significa que, em nossa Constituição, neutralidade religiosa não quer dizer hostilidade religiosa. É possível manter a neutralidade do ensino, embora não se fechem à instrução religiosa as portas dos estabelecimentos escolares. É possível manter a liberdade do pensamento nos hospitais, quarteis e penitenciarias, embora não se fechem lá as portas ao Ministro de Deus.

Entendeu-o assim a Constituição. Mas certo grupinho, muito nosso conhecido, e muito conhecido...  e amigo do sr. Anysio Teixeira, continua a professar o laicismo positivista rançoso da Constituição de 1881, em lugar de abraçar o laicismo um pouco menos rançoso da Constituição de 1934.

Tivemos disto uma prova, recentemente, no Ginásio Oswaldo Cruz. Uma autoridade daquele estabelecimento de ensino, cujo nome não queremos mencionar, solicitado por alguém para permitir a propaganda da Páscoa dos Estudantes em algumas palavras pronunciadas no intervalo de duas aulas, recusou-se. É que S.S. tinha receio de atacar o tabu da neutralidade escolar.

Quando muito, e por mera condescendência, permitiu S.S. que se afixasse um cartaz convidando os alunos para a Páscoa.

E, no entanto, na sala da direção, junto à mesa de S.S. figura um grande e vistoso quadro representando Santa Terezinha!

Isto significa que, enquanto se fecham as portas do estabelecimento aos que querem pregar pela palavra as excelências do Pão do Céu, tenta-se fortuitamente manter aberta a porta larga dos favores celestes, por meio do quadro da generosa Santa de Lisieux...


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