Plinio Corrêa de Oliveira
Comentando...
Legionário, 10 de maio de 1936, N. 197, pag. 3 |
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O ato de um governador mexicano qualquer, que nos acaba de ser transmitido pelas agências telegráficas, é notavelmente ilustrativo. O referido cavalheiro, certamente ardoroso partidário daquele comunismo que o ex-presidente Plutarcho Elias Calles, esquecido dos tempos em que foi senhor do país, denunciou existir no atual governo do México, teve certo dia o prazer de saber que existia em sua província uma escola particular destinada a ministrar ensino profissional gratuito a meninas pobres. — Fraternidade socialista, pensou contente o ilustre governador; eis o fim da luta de classes, realizada a finalidade do regime. Eis a generosidade socialista cuidando da educação da infância!... E já se preparava para espalhar aos quatro ventos a feliz nova, quando o informante continuou: — Excelência, naquela escola ensina-se o catecismo, há objetos de culto e ela se chama São Vicente. — Como? Ali ainda dominam os negregados cristãos, as sotainas negras de Roma? Ali ainda dominam os inimigos da cultura, os detentores da ignorância popular, os opressores das classes pobres? Ah! Feche-se imediatamente essa escola, centro subversivo de inimigos da pátria. E assim, graças à clara compreensão que o notável governador mexicano tem das coisas do governo, os professores de uma escola católica para meninas pobres receberam ordem de, em 24 horas, fechar as portas, por serem inimigos da instrução e opressores dos desamparados!... — E as meninas? perguntará alguém! — Ora as meninas! responderá o governador comunista, que necessidade têm elas de aprender alguma coisa? Meninas!... meninas... que vão trabalhar como unidades que são do regime, e que não me amolem!... |