Plinio Corrêa de Oliveira

 

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Rotary

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 12 de abril de 1936, N. 195, pag. 3

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Chegou ao Brasil o sr. Paulo Harris, fundador do Rotary.

Como não temos espaço para um amplo estudo sobre essa instituição, vamos, entretanto, dar agora algumas apreciações de autorizadas personalidades ou publicações da Igreja, respondendo assim a muitas perguntas, que a simples chegada desse viajante tem suscitado a propósito dos clubes rotarianos.

O Bispo de Palencia, na Espanha, diz que “a instituição rotária faz profissão de um laicismo absoluto, de uma indiferença religiosa universal, e intenta moralizar os indivíduos e sociedades por meio de uma doutrina radicalmente naturalista, racionalista e mesmo atéia”.

Para o Bispo de Oronso, também na Espanha, os clubes rotários são “de igual espírito e procedência que o maçonismo...” Depois de advertências isoladas, manifestou-se coletivamente o Episcopado espanhol a 23 de Janeiro de 1929 pela palavra do Cardeal Segura y Saenz, Primaz da Espanha, dizendo que “a neutralidade religiosa que tais associações blasonam, é a que não poucas vezes condenaram os Romanos Pontífices e especialmente Leão XIII em sua Encíclica “Humanum genus”. Os Bispos holandeses a 12 de Julho de 1930 declaravam que “não é permitido a um católico aderir ao Rotary”. Também o “Osservatore Romano” dizia a 15 de Fevereiro de 1928, a propósito das reuniões rotárias: “Ligeireza de palavras e de ações é a característica destas reuniões”. E a Sagrada Congregação Consistorial determinava a 4 de Fevereiro de 1928 que “não convém que os sacerdotes pertençam aos clubes, nem assistam a suas reuniões“.

Tais notas são, portanto, advertências aos católicos para que reflitam antes de darem seu nome à associação que Paulo Harris fundou, para melhorar (?) a humanidade e estabelecer a “fraternidade universal (?) por meio dos homens de negócios”!...

No entanto cumpre notar que a Santa Sé só proibiu a frequência ao Rotary Clube aos Sacerdotes, deixando aos Srs. Bispos a faculdade de proibir ou não, nas respectivas Dioceses, a frequência dos leigos nas sessões rotárias.

Assim, se é verdade por um lado que a prudência manda aos católicos zelosos que se abstenham de participar do Rotary, também não é menos certo que os católicos não devem, na sua atitude para com essa instituição no Brasil, se antecipar aos Srs. Bispos, prorrompendo em hostilidades que o Episcopado Nacional ainda não julgou oportunas.

Em uma palavra, a atitude dos católicos no Brasil deve ser a da máxima circunspecção em relação ao Rotary, sem hostilidades imprudentes e precipitadas.


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