Plinio Corrêa de Oliveira

 

Comentando...

Opinião franca

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 16 de fevereiro de 1936, N. 191, pag. 3

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Chamamos a atenção de nossos leitores para uma nota inserta na primeira página, convidando a todos quantos possam faze-lo, a nos enviar uma opinião franca (franqueza significa inteira fidelidade no apontar as qualidades e... também os defeitos) a respeito da nova orientação que vimos imprimindo ao “O Legionário”.

Para facilitar a apreciação de nossos leitores, lembrar-lhes-emos que nossa matéria se encontra dividida da seguinte forma:

1) política nacional: nota de fundo, e “À margem dos fatos”; orientação: absoluta neutralidade perante todas as correntes políticas que não contrariem a doutrina católica; inteira liberdade de crítica, portanto, às atitudes de todas as correntes;

2) política internacional: uma “nota internacional” na última página, alguns tópicos da seção “À margem dos fatos”, e notícias diversas, distribuídas em geral na última página; orientação: as questões internacionais são apreciadas sob um ponto de vista exclusivamente religioso, abstendo-se “O Legionário” de qualquer parcialidade inspirada por motivos temporais;

3) fatos diversos: interessando nossa vida social, econômica, intelectual ou artística; são comentados em sueltos na seção intitulada “comentando”;

4) Evangelho da última quinzena, com o respectivo comentário;

5) fatos marianos: abrangendo notícias sobre o movimento mariano, e um artigo sobre formação mariana, pelo Dr. Paulo Sawaya, instrutor dos Mestres de Noviços da Federação Mariana;

6) notícias diversas sobre fatos da vida religiosa, atinentes a associações católicas em geral como a Adoração Noturna, a Liga das Sras. Católicas, o Centro de Estudos e Ação Social etc.;

7) reportagens e entrevistas sobre os assuntos de maior atualidade na vida católica, como o problema educacional, o rádio católico, a vida religiosa no Rio Grande do Sul; etc. etc.

Ser-nos-á muito interessante conhecer a opinião de todos os nossos leitores, sobre essas seções.

Se favoráveis, nos estimularão. Se contrárias, nos instruirão.

Pedimos que as respostas sejam enviadas, se possível, dentro de duas ou três semanas.

UM EXEMPLO

Conta-se de Gil Robles, chefe da Ação Popular, o maior partido da ordem na Espanha, a seguinte anedota cujo conhecimento será proveitoso a muita gente.

O grande líder católico era ministro da Guerra do Gabinete Lerroux quando um dia lhe aparece o General Franco, chefe do Estado Maior, com a proposta de uma nomeação para certo alto cargo militar.

Em dita indicação vinham três nomes de distintos oficiais, que reuniam iguais méritos e qualidades para o lugar que se tratava de preencher. Gil Robles deveria escolher entre eles. Pediu informações ao General Franco. Este lhe afirmou que qualquer dos oficiais indicados era digno de sua escolha, acrescentando que um deles era recomendado pelo partido do próprio ministro, pela Câmara e por altas personalidades do exército.

Retrucou-lhe Gil Robles: “Bom, mas independentemente disto tudo, qual dos três o senhor nomearia?”

Nova afirmação do General Franco, de que estavam todos em igualdade de méritos para o cargo.

Então, decidiu o ministro: “nomeio o mais antigo”.

O caso pode parecer conto da carochinha, porém, é verdadeiro — quem o relatou foi o próprio General Franco.


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